Planalto nota diferenças nos novos protestos
O governo acompanhou desde a véspera e com muita atenção a organização do protestos em várias capitais nesta quinta (15), pelos informes policiais e monitoramento das redes sociais. Ficou claro para o Planalto que os novos atos são diferentes das manifestações que tomaram o país do ano passado.
Apenas num dia de junho passado, por exemplo, 500 mil pessoas usaram o Twitter para reproduzir o bordão "#vemprarua". Hoje, 16.700 retuitaram o "#naovaitercopa".
O dia começou com apreensão na sede da Presidência, quando as TVs exibiram a interdição da via Anhanguera, que liga São Paulo ao interior paulista. Aos poucos, no entanto, o clima de preocupação foi se dissipando, porque o movimento durou pouco e não se repetiu em outras estradas.
Ao mesmo tempo, o governo percebeu que os protestos vinham de setores que podiam ser identificados, caso dos professores em greve ou de policiais paralisados. "É o pessoal do Gilberto [Carvalho]", comentou um dos inquilinos do Planalto, em referência ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência, frequente interlocutor do governo com movimentos sociais, o que abre um canal de diálogo.
O governo também notou a presença de bandeiras de partidos políticos, o que denota outra diferença em relação a junho, quando os manifestantes não toleravam qualquer viés partidário nos protestos. O movimento desta quinta também foi menos expressivo em números, apesar dos atos de vandalismo. Mesmo assim, a ordem é não esmorecer e monitorar todos os movimentos até o final da Copa do Mundo.
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