sexta-feira, 14 de junho de 2013

FORTALEZA APAVORADA - O DIA D..............

Com o título “A Classe média alta apresenta suas armas: FORTALEZA APAVORADA”, eis artigo do sociólogo Luiz Cláudio Ferreira Barbosa. Ele aborda o movimento social “Fortaleza Apavorada” como reação de um segmento da população que conseguiu se organizar à marge de instituição tradicionais, mas não representativas como se esperava. Trata-se de um segmento que começa a reagir e a querer, mais do que nunca, influenciar politicamente. Confira:
O movimento social “Fortaleza Apavorada” teve um sucesso estrondoso entre a classe média alta. A sociedade do medo está presente no cotidiano do fortalezense, sem distinção de classes sociais. Nos bairros nobres da nossa capital cearense, nasceu esse grupo associativista ou grupo de pressão crítico ao modelo de Segurança Pública do Estado do Ceará.
A classe média tradicional é classificada por famílias ou indivíduos com renda mensal acima de 10 salários mínimos. Esse grupo social cresceu nos últimos 10 anos na cidade de Fortaleza. A nova classe média de renda mensal que varia de 5 a 10 salários mínimos, sempre se identifica com as causas politicas ou demandas sociais do estrato econômico acima da mesma.
A classe dirigente do nosso Governo Estadual e os seus aliados partidários e dos movimentos sociais, já se divorciaram da realidade política da sociedade civil. O movimento organizado da classe média alta demonstra um poder de se organizar à margem dessas instituições não representativas das novas demandas sociais.
O embrião do movimento Fortaleza Apavorada vem do mesmo ideal que norteou o grupo social em defesa das “ Dunas do Cocó “ em relação as pautas legislativas da Câmara Municipal de Fortaleza que seriam favoráveis aos grupos de interesses do setor imobiliário. Os idealizadores dos protestos nas redes sociais, já haviam compreendido a existência de vários indivíduos dispostos a participar desses novos movimentos sociais, com uma participação relativa em alguns atos públicos. Os estratos sociais com mais poder econômico e educacional são por natureza os organizadores dessas lutas de vanguardas no seio da sociedade civil.
O pleito eleitoral de 2012 para prefeito de Fortaleza foi marcado pelo engajamento da classe média tradicional na campanha do deputado estadual Heitor Férrer (PDT–PPS), com votações maciças no primeiro turno nos bairros nobres: Aldeota, Fátima, Cidade dos Funcionários, Parquelândia, etc. Não havia uma grande estrutura de Comitês nessas localidades, somente uma grande rede de apoio no espaço público da Internet. O candidato pedetista foi fenômeno eleitoral na contramão das candidaturas que foram ao segundo turno, com suas enormes estruturas econômicas. Os grupos organizados das classes sociais A e B nos últimos dias votaram no prefeito eleito de Fortaleza em detrimento do candidato do continuísmo administrativo, no segundo turno.
O movimento “Fortaleza Apavorada” é fruto de uma classe média alta que já começa a ganhar uma feição política organizada na sociedade civil. Nas últimas horas tivemos vários parlamentares com mensagens de apoio ao movimento, após o seu sucesso de proposta midiática e de opinião pública. Os lideres sindicais patronais e dos trabalhadores irão seguir o mesmo expediente da classe parlamentar.
* Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, 
Sociólogo.

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