quarta-feira, 23 de abril de 2014

A EQUAÇÃO DE TASSO

Há uma complexa equação a ser resolvida para fazer de Tasso Jereissati (PSDB) candidato ao Senado. Sua entrada na disputa interessa a muita gente e, por isso, envolve bastante pressão. Mas há interesses antagônicos e condições difíceis de serem atendidas. A candidatura é crucial para os interesses tucanos no Nordeste. Seria talvez seu mais importante cabo eleitoral na única região em que o partido não tem nenhum governador. Mas está longe de haver definição. Hoje haverá mais um da série de encontros nacionais, mas que não será conclusivo. 

A prioridade de Tasso nestas eleições é garantir o palanque a Aécio Neves (PSDB) no Estado. O que demanda o apoio de uma candidatura a governador. E precisa ser minimamente competitiva, pois Tasso provou o sabor de sua primeira derrota pessoal em 2010 e não gostou. Não se lançará em aventura, não será candidato kamikaze. Caso decida concorrer, precisará de alianças e estrutura.
 
A opção mais fácil para que esse cenário se viabilize é o entendimento com Eunício Oliveira (PMDB). Com um probleminha: o peemedebista está no palanque de Dilma Rousseff (PT). Há conversas com o PT nacional para que a presidente e Lula fiquem fora da campanha no Ceará, mesmo com os petistas locais aliados ao Pros.
 
Obviamente, se Eunício começar a pedir voto para Aécio, o acordo se desfaz. Por outro lado, se não for para dar suporte à candidatura presidencial tucana, não faz sentido para Tasso entrar na parada.
 
A chapa com Tasso encorpa a candidatura de Eunício, ainda sem uma aliança de primeiríssimo time. Mas talvez não valha o preço de ter o ex e a atual presidente no palanque adversário. Eunício contou com ambos contra o próprio Tasso em 2010, na candidatura ao Senado, e sabe o que isso significa.
 
O caminho que hoje parece mais provável para Tasso sair candidato implicaria numa tentativa de equilibrismo de Eunício, sem adesão a Aécio, embora com os tucanos em seu palanque pedindo voto para o candidato a presidente. Seria um risco de se desgastar com os dois lados sem agradar ninguém. A começar por Tasso, que já não está não disposto a concorrer e ainda teria um palanque meia boca para o tucano no Ceará.
 
E, diante das dificuldades de Eunício de conciliar os interesses locais e nacionais, a partir de Brasília começa a ganhar corpo a ideia de que o palanque de Aécio no Ceará venha a ser o ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, numa aliança PSDB-PR. Pessoa já foi consultado pela direção nacional do PR e disse que topa.
 
PRAZO E ARTICULAÇÕES
Até o feriadão, Tasso e Eunício não haviam tido o aguardado encontro. Os únicos contatos haviam sido há alguns meses, entre o senador e o presidente do PSDB cearense, Luiz Pontes. Como não pegaram bem, sobretudo nos lados do Palácio, as notícias sobre contatos entre o peemedebista e todos os principais opositores de Cid Gomes, o senador estaria à espera do prazo fixado para Cid dar a resposta sobre apoiá-lo ou não: 30 de abril.

A semana que vem provavelmente demarca novo momento na campanha, sobretudo na oposição.
 
Ninguém dá uma pataca furada pela perspectiva de Cid apoiar Eunício, mas o rompimento ganhará cores mais definitivas a partir de maio.
Fonte: Jornal o povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário