sábado, 16 de fevereiro de 2013

O PREÇO DA VAIDADE MASCULINA.................


Homens que não se sentem à vontade em salões de beleza unissex - mas que não querem descuidar da aparência - apostam em barbearias exclusivas para o público masculino, que agora têm mais opções de serviços, como massagens, manicure e depilação
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THIARA NOGUEIRA/ESPECIAL PARA O POVO
Rennan Perdigão e Ítalo Veloso investiram alto no ramo do mercado da beleza masculina e inauguraram a Fígaro Barbearia Social Club em outubro de 2010

As antigas barbearias representavam o que havia de mais próximo a um salão de beleza para homens. Mas a navalha, a espuma, a toalha quente e o clima de cordialidade e de cavalheirismo passaram a ser apenas um componente de centros de beleza específicos para os homens. Além de fazer barba e cortar cabelo, os salões masculinos oferecem tratamentos para a pele, massagens relaxantes, podologia, manicure e depilação.

O designer Alberto Gadanha, 26, diz que ir a um salão de beleza unissex é desconfortável porque, além de ser um momento muito pessoal, tudo é muito feminino: a decoração, as revistas, os assuntos. “Ver as mulheres se arrumando é como ver carro na oficina. Não quero ver making of, quero ver o resultado final”, comenta Alberto.

Percebendo o nicho que surgia no mercado, Ítalo Veloso e o sócio Rennan Perdigão investiram alto no ramo e inauguraram a Fígaro Barbearia Social Club em outubro de 2010. Parte do grupo Mulher Cheirosa, a barbearia oferece quase todos os recursos para o cuidado da beleza da mulher direcionados ao público masculino. De acordo com Rennan, a maior procura é pelos serviços de corte de cabelo, barbearia, manicure, limpeza de pele, depilação, massagens e podologia.

Ao fazer pesquisa de mercado, Ítalo e Rennan constataram que o setor de estética masculina estava crescente, nacional e internacionalmente. “Não só as linhas de produtos de cabelo, rosto e corpo, mas os serviços de estética masculinos estavam aumentando”, diz Rennan. De acordo com dados de 2012 da consultoria Euromonitor, o Brasil é o segundo maior mercado mundial de “vaidade masculina”, perdendo apenas para os Estados Unidos.

Rennan Perdigão afirma que, desde a abertura da barbearia, o número de clientes vem aumentando. No início, a média mensal era de 600 clientes. Hoje, com pouco mais de dois anos de funcionamento, a média passou para mais de mil. “De outubro de 2011 a outubro de 2012, constatamos um crescimento de 25%”, explica. Conforme o sócio, a empresa pretende disponibilizar franquias em breve.

De acordo com Rennan, uma das maiores dificuldades ainda é ultrapassar o machismo de que “homem não precisa de cuidados especiais”. Para contornar a situação, ele afirma que a identidade visual do estabelecimento foi desenvolvida para passar seriedade e credibilidade aos clientes. Ele diz que as “exigências femininas”, o mercado de trabalho e o bem-estar próprio o público masculino passaram a “abrir a mente” desse segmento. “Aos poucos eles vão se habituando e aumentando a presença em ambientes como o nosso”, prevê.

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